segunda-feira, 1 de julho de 2013

TELEXFREE PODE SER MULTADA EM R$ 6 MI PELO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

Pasta abre processo administrativo por suspeita de má fé e propaganda enganosa.O Ministério da Justiça abriu nesta sexta-feira (28) processo administrativo contra a Telexfree por suspeita de que formação de pirâmide financeira. A multa pode chegar a R$ 6 milhões. A empresa, com sede em Vitória (ES), já responde a ação judicial pelo mesmo motivo, que há dez dias resultou no bloqueio de pagamentos e de 
cadastro de divulgadores. Em março, eles somavam entre 450 mil e
600 mil, segundo representantes da empresa.

O advogado da Telexfree, Hosrt Fuchs, nega qualquer irregularidade, e
diz que colaborará com as investigações.

Em nota enviada à imprensa, o Ministério da Justiça informou que a
empresa "estaria ofendendo  os princípios básicos do Código de
Defesa do Consumidor, como o dever de transparência e boa-fé nas
relações de consumo, além de veiculação de publicidade enganosa e abusiva."

Em março, a pasta já havia informado que abrira uma investigação 
sobre a Telexfree depois de receber uma série de denúncias de Procons e
outros órgãos estaduais, como o Ministério Público do Acre. Na semana
passada, as pirâmides financeiras foram um dos temas de uma reunião do
Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. 
Procurado desde quarta-feira (26), o Ministério da Justiça tem se
recusado a disponibilizar um porta-voz para comentar o assunto.
Em nota, o diretor do Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor (DPDC), Amaury Oliveira, disse que as empresas que
praticarem pirâmide "serão sancionadas com base no Código de
Defesa do Consumidor".

A emergência do caso Telexfree também chamou a atenção da Secretaria
de Acompanhamento Econômico (Seae), ligada ao Ministério da Fazenda,
  e que já havia feito um parecer colocando sob suspeita as atividades da 
empresa . No dia 20 de junho, o órgão emitiu uma nota técnica, a pedido
da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), para esclarecer o que é
uma pirâmide financeira e os riscos que ela traz para os investidores.

A nota também tenta mostrar as diferenças entre a fraude e os sistemas
de marketing multinível, modelo legal de varejo em que os revendedores
ganham comissões sobre as vendas de outros revendedores que trazem
para a rede.

Pirâmide ou marketing

A Telexfree, nome fantasia da Ympactus Comercial LTDA, informa
usar o marketing multinível para vender pacotes de telefonia por internet
(VoIP, na sigla em inglês). Os divulgadores ganham dinheiro não só com a
venda do produto, mas também por indicar outros promotores para rede.

Mas para diversos órgãos oficiais – como a Seae e o Minstério Público do
Acre (MP-AC) – o faturamento da empresa dependeria sobretudo da
entrada de novos divulgadores, que precisam pagar para aderir,
e não da comercialização dos pacotes de telefonia. 

Com base nessa interpretação, no último dia 18 a Justiça do Acre
suspendeu os pagamentos e os cadastros de novos divulgadores, além
de bloquear os bens dos sócios administradores. 


Os sócios da empresa também são investigados criminalmente pelas 
polícias civis do Acre e do Espírito Santo por suspeita de crime contra a 
economia popular , tipificação usada para enquadrar responsáveis por
pirâmides financeiras e cuja pena vai de seis meses a dois anos de
prisão mais multa.

Ao iG , o advogado da Telexfree, Hosrt Fuchs, afirmou que a atuação
da empresa ocorre dentro da lei. 

"A gente vai colaborar com todas as investigações. Há um ano estão imputando
[ à empresa a prática de prâmide financeira e obviamente não se trata disso",
diz Fuchs. "A atividade comercial é legal e, ainda por cima, falta
regulamentação específica [ no Brasil sobre o marketing multinível ].
Quando houver uma regulamentação específica, e se algo
estiver em desconformidade, as adequações serão feitas imediatamente."


postado por: Marcos Davi Andrade

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